Todos os PMs presos serão expulsos, afirmou coronel Erir Ribeiro.Segundo investigação, envolvidos recebiam 'arrego' de R$ 2,5 mil do tráfico.
Força-tarefa faz operação para prender policiais militares (Foto: Fernando Quevedo / Agência O Globo)
"Esta é a segunda operação e a ordem com certeza é que virão mais ainda. O PM tem que ter a certeza que acabou a corrupção. Nós não vamos mais aceitar sermos humilhados por desvio de conduta praticados por alguns policiais. Temos um prazo de 15 dias e no máximo 30 para que eles deixem de ser policiais militares. O comandante do batalhão de Duque de Caxias já foi substituído pelo coronel Maurício ", disse o comandante.
Em entrevista ao RJTV o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reforçou que todos serão expulsos. "Pelo conjunto de provas, não tem como eles não serem demitidos. Nossa intenção é que isso aconteça de forma muito rápida. Não posso ter outra expectativa se não colocar essas pessoas na rua. O problema da corrupção no Rio de Janeiro não é de hoje, é histórico”, disse Beltrame.
Entrevista coletiva encerrou a operação realizada na
manhã desta terça (Foto: Renata Soares/G1)
De acordo com ele, por determinação da Justiça, os presos serão
encaminhados para o presídio de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. já que a
Unidade Prisional da PM, o Bep, está interditada após a divulgação das
fotos das celas luxuosas.manhã desta terça (Foto: Renata Soares/G1)
A investigação começou pela Polícia Federal em abril deste ano após ser detectado um esquema de corrupação entre policiais e traficantes.
'Arrego' de R$ 2,5 mil
Cada carro da PM recebia R$ 2.500 de arrego, por turno trabalhado, de pelo menos 13 comunidades da Baixada Fluminense. Além dos 59 policiais presos envolvidos no esquema , um outro PM também foi preso com uma arma. Totalizando 60 PMs presos.
A “Operação Purificação", contra o envolvimento de policiais militares com o tráfico, tinha o objetivo de cumprir 65 mandados de prisão e 112 de busca e apreensão contra PMs suspeitos.
A ação contou com a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar e a Polícia Federal.
Segundo a força-tarefa, os policiais militares não se limitavam apenas em receber “arrego” para deixar de reprimir o tráfico. As apurações revelaram que os PMs também sequestravam criminosos e seus familiares, apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução, negociavam armas e realizavam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava.
Segundo o Ministério Público do Rio, o principal alvo dos policiais era a favela Vai Quem Quer, mas eles agiam também nas comunidades Beira-Mar; Santuário; Santa Clara; Centenário; Parada Angélica; Jardim Gramacho; Jardim Primavera; Corte Oito; Vila Real; Vila Operário; Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.
De acordo com investigações da SSINTE, PF e CI/PMERJ, os policiais militares não tinham um comando único e dividiam-se em 11 células autônomas. O Gaeco denunciou os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante seqüestro.
Fonte: G1 Globo.com