Ana Silva
Algumas igrejas, como esta na rua Joaquim Teodoro de Oliveira, em Nova Parnamirim, ocupam grandes imóveis
A servidora pública Karla Correa vê de maneira positiva o crescimento da religião evangélica. Há 21 anos ela se converteu e um dos aspectos que a chamou a atenção foi essa liberdade de professar a fé. "Acho importante essa diversidade. Não me agride o fato de se ter várias igrejas. Têm aquelas mais voltadas para a família, outras para os jovens, para o louvor. Cada um vai para aquela que se identifica", diz Karla que congrega na Igreja Sara Nossa Terra. Ela se converteu aos 10 anos de idade junto com a mãe e o irmão.
O analista de sistemas Wabner Alves nasceu em uma família evangélica. O pai dele é pastor da Assembleia de Deus. Para ele é preciso cuidado ao escolher a igreja. "Infelizmente, algumas pessoas não totalmente convertidas a Cristo abrem igrejas e pregam além do que diz a bíblia. Por isso, é preciso avaliar como é a igreja, o que ela prega", orienta Wabner.
Mas se fundar uma igreja evangélica não é uma tarefa das mais difíceis, comandar centenas de fieis requer uma preparação e tanto. Primeiro é preciso ter vocação.
Magnus NascimentoO Copastor José Alderi diz que vocação é fundamental
"Temos que ter um chamado de Deus primeiramente. Depois é preciso muito estudo e dedicação. Os escolhidos para serem pastor tem que ter vocação e viver retamente, afinal será exemplo para os outros", disse o co-pastor José Alderi de Souza.
Os pastores são escolhidos entre os membros da igreja. Eles são avaliados preparados pelos pastores, depois de três anos como auxiliar é consagrado diácono. E assim por diante.
Esse processo de escolha varia de acordo com cada congregação. Na Igreja Evangélica Congregacional Zona Sul, o candidato a pastor tem que ser membro da igreja e deve receber a aprovação de, pelo menos, 2/3 dos membros.
"Cada denominação tem a sua forma de escolher. Na nossa igreja, o pastor é escolhido entre os membros porque sabe-se que essas pessoas estão comprometidas com a nossa fé. Além disso, precisa demonstrar conhecimento da Palavra, capacidade de lidar com os fieis, entre outras características", explica o pastor Marcos Nascimento.
Católicos centralizam expansão
No catolicismo há uma maior rigidez quando se fala em abrir uma nova igreja. Para se ter uma ideia, em todo o Rio Grande do Norte existem apenas 85 paróquias - 45 delas em Natal - e oito áreas pastorais. De acordo com o Chanceler da Cúria Arquidiocesana, padre Valtair Lira, áreas pastorais são quase paróquias. Ou seja, áreas que estão prestes a se tornar paróquia. Ele citou como exemplo a de Nossa Senhora do Carmo que vai se tornar Paróquia no bairro de Cidade dos Jardins, em Parnamirim.
"Para se tornar paróquia, é preciso a autorização do bispo. Isso porque nós temos o cuidado de preserva a comunhão dos padres com o bispo e do bispo com o Papa. Tem que haver essa sintonia. Respeitamos a diversidade, mas acreditamos que é preciso que existam normas", diz padre Valtair.
O padre de determinada paróquia, juntamente com o Conselho Paroquial avaliam a construção de novas igrejas. A paróquia tem sua igreja Matriz e, dependendo da necessidade, capelas. Segundo padre Valtair, cada paróquia tem o seu CNPJ, estrutura de secretaria, casa paróquia, centro pastoral. E para manter tudo isso, é preciso ter também organização financeira. A paróquia precisa arcar com seus custos.
Assim como os templos evangélicos, as igrejas católicas também são livres de impostos, como o IPTU, por exemplo. Mas como acontece nas empresas, é preciso fazer prestação de contas dos gastos, recolher impostos trabalhistas.
TRIBUNA DO NORTE