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08 dezembro 2012

Polícia Federal conclui relatório da Operação Porto Seguro e indicia 23

Rosemary Noronha, a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo, está entre os indiciados por formação de quadrilha.

A Polícia Federal encaminhou à Justiça o inquérito da Operação Porto Seguro. E indiciou, por formação de quadrilha, a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha.
Ao todo, 23 pessoas foram indiciadas no inquérito da Operação Porto Seguro. Em nota, neste sábado (8), a Polícia Federal informou que a ex-chefe do gabinete da presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, vai responder também por formação de quadrilha.
Ela já tinha sido indiciada por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica. Nomeada pelo ex-presidente Lula, Rosemary foi mantida no cargo pela presidente Dilma e acabou demitida depois das revelações da operação.
Esta semana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi ao Congresso. Disse que a Polícia Federal tem autonomia e afirmou que não havia indício de quadrilha no seio da presidência da República.
Neste sábado, em nota, Cardozo lembrou que já naquela ocasião havia dito que se surgissem novos elementos, poderia haver novos indiciamentos.
Também foi indiciado agora pela Polícia Federal o ex-diretor da Antaq - Agência Nacional de Transportes Aquaviários - Tiago Pereira Lima, que vai responder por corrupção passiva. Ele pediu demissão na sexta-feira (7).
Entre os indiciados, há ainda servidores da Agência Nacional de Águas, Agência Nacional de Aviação Civil, Advocacia-Geral da União, Ministério da Educação, Secretaria do Patrimônio da União e gabinete da presidência da República em São Paulo.
As investigações indicam que foram cometidos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica e falsificação de documento.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa influenciava a elaboração de pareceres técnicos fraudulentos em órgãos federais para beneficiar interesses privados e era chefiada pelo ex-diretor da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira.
O jornal "Folha de São Paulo" deste sábado destaca que a operação foi encerrada em prazo recorde e que é a primeira vez desde 2003 que a Polícia Federal em São Paulo conclui o relatório final de uma operação complexa no prazo de duas semanas.
A polícia federal não quis fazer comentário sobre o prazo de conclusão do inquérito. E declarou que está analisando o conteúdo de computadores apreendidos e que o material vai ser encaminhado à Justiça dentro de três meses.
O inquérito agora vai ser encaminhado para o Ministério Público, que pode oferecer denúncia, pedir mais investigações ou arquivar o caso.
Fonte: G1 Globo.com /Jornal Nacional