Sérgio Costa Júnior confessou sua participação no crime
Arquivo de família
Patricia Acioli foi atingida por 21 tiros em 2011
Costa Júnior, que era policial militar, é um dos 11 acusados pela morte da magistrada. Ele confessou sua participação no homicídio e é o primeiro a sentar no banco dos réus. Ao todo, foram disparados 36 tiros, dos quais 21 tiros acertaram a juíza.
Como optou pela delação premiada e entregou todo o esquema à polícia, Costa Júnior, que pode pegar até 36 anos de prisão, deve ser beneficiado por redução de pena.
O crime teria sido motivado pela decretação da prisão de integrantes do GAT (Grupamento de Ações Táticas) do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM), após a morte de um jovem no Complexo do Salgueiro, que fica no município da região metropolitana do Rio. Diego Belini morreu em junho do ano passado e o caso foi registrado como auto de resistência (morte em confronto com a polícia).
A primeira testemunha a prestar depoimento foi o delegado Felipe Ettore, que estava a frente da Divisão de Homicídios na época em que o crime ocorreu.
O julgamento ocorre na 3ª Vara Criminal (Tribunal do Júri ), no centro de Niterói, na região metropolitana, e é presidido pelo juiz Peterson Barroso Simão.
Ao todo, foram arroladas seis testemunhas para serem ouvidas durante o julgamento: três de acusação e três de defesa.
Costa Júnior é acusado de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.
Os réus Júnior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Júnior serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013.
O juiz Peterson Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu desmembrar o processo em relação aos outros sete acusados, que aguardam o julgamento de recursos contra a sentença de pronúncia, que determina que eles sejam julgados em Júri Popular.
Entenda o processo
De acordo com denúncia do Ministério Público, o assassinato seria uma represália às investigações feitas pela juíza contra PMs envolvidos em autos de resistência – quando há morte em confronto e o policial alega legítima defesa. O crime teria sido articulado pelo tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM), e pelo tenente Daniel Santos Benitez Lopez. Os dois oficiais foram transferidos em dezembro de 2011 para o presídio federal de Campo Grande (MS).
Também foram denunciados os policiais militares Charles Azevedo Tavares, Alex Ribeiro Pereira, Carlos Adílio Maciel Santos, Sammy dos Santos Quintanilha e Handerson Lents Henriques da Silva.
Os 11 réus respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de assegurar a impunidade do arsenal de crimes) e formação de quadrilha armada, exceto o acusado Handerson Lents Henriques da Silva.
Segundo as investigações, Lents não pertencia à quadrilha, somente teria conduzido, um mês antes do fato, os policiais Daniel Benitez, Sérgio Júnior e Jeferson Araújo à casa da juíza com o objetivo de identificar e apontar o local.
Fonte: R7/Notícias