Seis morreram e três ficaram feridos na região do Campo Limpo. Em novembro, servente foi morto após abordagem policial.
Uma das vítimas mortas na chacina ocorrida na noite desta sexta-feira
(4) na região do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, foi o homem que
registrou a
morte do servente Paulo Batista do Nascimento, em novembro.
A informação foi confirmada neste sábado (5) pelo delegado-geral da
Polícia Civil, Maurício Blazeck, ao SPTV. Ele não informou o nome da
vítima.
Após a divulgação de imagens da abordagem policial que terminou com a
morte do servente, cinco PMs foram presos. No boletim de ocorrência,
entretanto, os policiais relataram que o corpo foi encontrado em uma
viela pelos policiais. Na época da investigação, o homem morto nesta
sexta não chegou a ser ouvido como testemunha do crime, uma vez que não
tinha sido identificado.
A chacina desta sexta-feira ocorreu no final da noite, em um bar do
Jardim Rosana e deixou seis mortos e três feridos. Entre os mortos
também estava Laércio de Souza Grimas, o DJ Lah, do grupo Conexão do
Morro.
Segundo testemunhas, 14 homens encapuzados chegaram em três carros,
entraram no bar, gritaram “polícia” e realizaram mais de 50 disparos.
Ainda segundo testemunhas, logo em seguida, carros da Polícia Militar
chegaram. As cápsulas que estavam pelo chão foram recolhidas e ninguém
pôde entrar no bar.
Neste sábado, peritos da Polícia Técnico-Científica e investigadores da
Polícia Civil estiveram no local do crime. O delegado-geral também
esteve no bar, mas não quis gravar entrevista. Ele apenas confirmou que a
principal vítima foi o homem que registrou o crime de novembro. O crime
desta sexta-feira aconteceu a menos de 10 metros do local onde o
servente foi morto.
O governador de
São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), disse que ainda é precipitado fazer qualquer
afirmação sobre a chacina desta sexta – a primeira registrada na capital
em 2013 -, mas afirmou que nenhuma hipótese será descartada e que o
caso será registrado com “profundidade e rigor”.
Policiais denunciados
No final de novembro, o Ministério Público denunciou os cinco policiais
militares envolvidos na morte do servente Paulo Batista do Nascimento.
Para a promotoria, os policiais apresentaram uma versão fraudulenta de
que a morte aconteceu após um confronto com a polícia.
Na denúncia, a Promotoria aponta que dois policiais atiraram em
Nascimento, mas pede a prisão preventiva dos cinco PMs envolvidos que
participaram da ação: o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados
Francisco Anderson Henrique, Diógenes Marcelino de Melo, Marcelo de
Oliveira Silva e Jaílson Pimentel de Almeida. Para o Ministério Público,
todos devem responder pelo homicídio, duplamente qualificado.
Segundo a denúncia, eles cometeram o crime por motivo torpe, por
vingança, querendo fazer justiça com as próprias mãos e, além disso, não
deram chance de defesa à vítima. A prisão dos policiais foi determinada
no dia 11 de novembro.
Fonte: G1 Globo.com